Crônica - Será que vale a pena?

            Meu celular estava a tocar e a vibrar, em um toque que eu a pouco pusera para ser meu despertador. 
            Com muita injuria e preguiça eu tirei os lençóis de cima de minha perna, e com a força do ódio, pus minha primeira perna para fora da cama.
             Estava a me questionar por qual razão eu iria me levantar do quentinho do meu leito para ir à escola.  Pus-me uma máscara de vergonha na cara e me levantei rapidamente, passo após passo, enfrentando aquela neblina de frio, mas logo sabia que enfrentaria mais dois quilômetros e meio em um “deserto de gelo”.
             Rumo certo em direção a escola.
              Lavei o meu rosto, corri até meu quarto, bati meu dedinho na quina da cama:
             - AIIIIIIIIIIII!
             Com um começo de dia desses não tem como não alimentar o ódio matinal desse dia quase infernal.
             Saí de casa logo, fui me acalmando e reparando nas paisagens de mata, quando olho para um horizonte acima do meu bairro, homens a trabalhar, a “rasgar” aquele “tapete esverdeado”, para mais tarde pintar pequenos prédios. Alguns passos para frente, flagrei-me a olhar e admirar a neblina, quando ao meu lado passou um morador de rua levando seu carrinho de coisas, cantarolando alto logo de manhã. Ele parecia estar nem aí para o que a sociedade estava pensando a respeito dele. O que me veio a crer que ele estava feliz, logo mais à frente, perto da escola, eu reparo na ligação de celular de um homem com um carro preto do ano, reclamando, tinha feição triste, pois sua conta bancária estava ruim. Falando com o que parecia ser uma secretaria, talvez.
             E me veio a seguinte pergunta:
             Por que o homem desmata, humilha seus iguais, entrega suas vidas por um pedaço de papel que alguém disse ter valor?
             Acabei de cruzar com um homem que não tinha nada, mas era feliz, já um homem com um celular bom e um carro super veloz focara somente nesse maldito papel.
             Pensei, até mesmo eu reclamando por ter batido o dedinho, será que realmente vale a pena?
                Entrei na escola, fecharam-se os portões e eu com esse pensamento que se esvai de minha mente.

Brenda, Guilherme, Douglas, Stéfany Lima

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